domingo, 15 de maio de 2011

Asleep

Tão distante eu estou agora que meus pensamentos mal podem me alcançar, flutuo feito pluma nesse universo azul e roxo que eu pintei com tinta a dedo. Se todas essas palavras soam feito estacas, eu julgo ser apaixonado, sendo louco apaixonado. E por toda essa paixão transbordar em meus orifícios, eu te conto segredos enquanto você dorme, e se eu não sei agir, eu tento manter as rédeas presas em meus punhos, e se eu sou chantagista, também sou um amante desesperado, e se eu procuro pelos e ovos, também amo inconscientemente, e se esse amor machucar, se virar fogo e inferno, prometo que irá te estucar, por fim também serás fiel e eterno.

Eu sempre espero o impossível das pessoas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Mão do Tempo



Que bom se a gente pudesse arrancar do pensamento
E sepultar a saudade na noite do esquecimento
Mas a sombra da lembrança é igual a sombra da gente
Pelos caminhos da vida, ela está sempre presente.

O Céu sabe o quanto estou deprimido agora.

Ao ato de escrever, o meu coração já perdeu toda a sua essência, pois eu escrevo com o estômago, com os intestinos grossos, escrevo diante de toda uma nação que foi ejaculada para o vazio, escrevo com o ventre inexistente que ser perdeu no parto prematuro, escrevo para embriões solitários e raivosos, escrevo com botões de espuma e cordões umbilicais, escrevo para aqueles que escorregaram em uma casca de banana e perceberão o quanto são vulneráveis, escrevo com plumas e ossos, escrevo para cegos lerem, surdos escutarem e mudos darem gritos de benção, escrevo com o mijo quente que são da minha consciência, escrevo com varetas e membros circuncisados, escrevo para ser amaldiçoado por todas as crenças do homem, e também escrevo para ser louvado pelas crenças dos esquecidos, escrevo usando dentes de velhas ranzinzas e rabos de cavalos, alazões e pangarés, escrevo com o muco da imaginação, escrevo para adorar, e escrevo para praguejar, escrevo aos dias de chuva, e as noites de rancor. Por estar vivo, eu vou escrevendo por escrever, mas as minhas palavras só irão poder tocar os céu o dia em que eu perecer.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Eufemismo


 Eu me perdi na minha mente no momento em que eu decidi não pensar em mais nada, e por isso eu me venho arrastejando sobre arbustos e cacos de vidro. O chão sempre esteve tão próximo de mim que se um dia eu caisse, sutil seria a queda, e por ser sutil, eu sangraria e cantaria versos decorados. Isso me proporciona uma sensação de segurança e conforto, e ao mesmo tempo me sinto desesperado, esse desespero todo faz com que eu bloqueie o pensamento para poder me indentificar na atmosfera indecisa que crio enquanto tomo banho ou como alguma porcaria qualquer. Todos esses gritos e esse eufemismo não passa de flores secas, que se secaram no chão do meu passado, hoje eu piso e danço sobre elas, e esqueço o quanto elas foram belas e agradavéis um dia.

Qualquer coisa que se sinta. (Ou algo parecido)


A fuga por uma liberdade que me prende a tal enfermidade sem cura,
me debato em silêncio, vejo as pessoas, felizes, subindo e descendo a rua,
com seus sorrisos forçados e seus copos de bebida pela metade,
sinto o hálito gelado do sereno, aonde os cães ladrão em santidade.
Eu imploro por uma mordida, pois sentirei dor, e saberei que estou vivo,
e o meu coração apesar de mudo, ainda bate, aos soluços e gemidos.