quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Céu sabe o quanto estou deprimido agora.

Ao ato de escrever, o meu coração já perdeu toda a sua essência, pois eu escrevo com o estômago, com os intestinos grossos, escrevo diante de toda uma nação que foi ejaculada para o vazio, escrevo com o ventre inexistente que ser perdeu no parto prematuro, escrevo para embriões solitários e raivosos, escrevo com botões de espuma e cordões umbilicais, escrevo para aqueles que escorregaram em uma casca de banana e perceberão o quanto são vulneráveis, escrevo com plumas e ossos, escrevo para cegos lerem, surdos escutarem e mudos darem gritos de benção, escrevo com o mijo quente que são da minha consciência, escrevo com varetas e membros circuncisados, escrevo para ser amaldiçoado por todas as crenças do homem, e também escrevo para ser louvado pelas crenças dos esquecidos, escrevo usando dentes de velhas ranzinzas e rabos de cavalos, alazões e pangarés, escrevo com o muco da imaginação, escrevo para adorar, e escrevo para praguejar, escrevo aos dias de chuva, e as noites de rancor. Por estar vivo, eu vou escrevendo por escrever, mas as minhas palavras só irão poder tocar os céu o dia em que eu perecer.

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